Assim como a maioria das cidades brasileiras, Baixa Grande surgiu ao redor de uma capela, as margens de uma estrada, num ponto que servia de pouso aos viajantes e suas tropas. As terras eram da fazenda “Cais” propriedade de Dona Ana Ribeiro Soares. Foi fundada pelo Coronel da Guarda Nacional, Manoel Ribeiro Soares, por volta do ano de 1860 a 1861. Por intermédio do fundador, e demais famílias, no ano de 1872 pela Lei Provincial Nº 1195, o arraial de Baixa Grande foi emancipado e desmembrada do município de Santana do Camisão, (atual Ipirá). Está Localizado na Grande Região da chapada Diamantina na mesorregião do Centro Norte Baiano, microrregião de Itaberaba Bahia e está incluída nas 14 cidades que formam a Bacia do Jacuípe.
Fazenda Cais Gênese de Bx. Grande
De acordo com o livro “Vida de Baixa Grande” de Judite Soares de Sousa e Azevedo, Dona Ana Souza Santos tinha um costume de todo mês de Setembro ir a Monte Alegre ( atual Mairi) Pagar Promessas a santa de sua devoção nossa Senhora das Dores. Saindo da fazenda Cais com todos os seus rumo a esta longa viagem, em uma carroça, puxada por dois burros ou pelos seus escravos. Na volta desta cansativa viagem Pararam na estrada em uma “baixa grande” para descansar e almoçar. Logo depois, encantada com aquele lugar fez um pedido a seu filho mais velho Manoel Ribeiro Soares: “meu filho estou velha e cansada de viajar para Monte Alegre, seria bom que construísse aqui nesta “baixa grande” uma capela”. O filho questionou quanto ao local, contudo fez a vontade de sua mãe. Imediatamente ele ordenou aos seus escravos que desbravassem as matas, onde daria início a construção da capela. Neste local encontra-se atualmente a Igreja matriz de Baixa Grande construída por volta do ano de 1860.
RESQUÍCIO DE COLONIZAÇÃO NA CIDADE
Local onde Dona Ana, com seus familiares realizavam suas orações. Naquela época, a religião deveria ocupar local de destaque além de ser obrigatória a sua prática assídua.
Este objeto de madeira chama-se oratório, encontra-se na antiga sede da fazenda Cais. Portanto, levando-se em consideração a religiosidade em torno da fundação desta cidade (Baixa Grande), entende-se que este é um resquício muito marcante da colonização da mesma, visto que a festa em homenagem a nossa senhora da Conceição ainda é um traço religioso muito importante atualmente.
Na religião, destacam-se ainda as práticas em louvor aos santos, a exemplo de São Roque festejado em 16 de Agosto. A festa de Nossa senhora da Conceição já citada anteriormente que é celebrada dia 8 de dezembro fica como herança histórica daquela devoção da fundadora da cidade. Temos também uma influência dos adeptos do candomblé que vem sobrevivendo com seus gestos culturais mesmo diante de vários preconceitos sendo uma herança histórica deixada pelos Africanos.
Resquícios da presença de escravos na fundação de Baixa Grande
Nesta área, ficavam os escravos, na parte de baixo da casa grande, uma espécie de senzala, Também em estado de conservação na sede da referida fazenda Cais.
Senzala da Fazenda Cais
Resgatando a História de Baixa Grande – BA – Entrevista Seu João Oliveira
Na entrevista concedida pelo senhor João da Silva Oliveira, antigo morador da cidade, ele que pertenceu ao quadro da policia civil, na função de escrivão, autor do livro “Baixa Grande em versos”, alguns versos publicados no Diário Oficial do Estado da Bahia, na página de cultura, sendo este seu primeiro livro a ser publicado. De acordo com a visão de João Oliveira, para estudar a História precisamos retroceder ao passado para que assim possamos compreender o presente. É dessa forma que o entrevistado descreve a colonização de Baixa Grande trazendo novas descobertas problematizando fatos que ficaram encoberto pela subjetividade da história a exemplo do porque da vinda da dona Ana para a fazenda cais, Gênese de Baixa Brande. Nessa perspectiva se observa que assim como na história do nosso país os responsáveis pela execução do trabalho pesado foram os escravos, mais uma vez menosprezados por uma visão etnocêntrica da História.
Fotos que recordam os primeiros tempos da Cidade
Observa-se a Igreja já construída e em andamento. Apenas algumas residências ao redor. A arquitetura da igreja bem como de algumas residências neste local continuam preservadas.
O antigo Comércio Feira livre
Nesta foto se observa os primeiros tempos da colonização. A área ainda em estado de construção.
Inicio do Povoamento
Residência com perfil Colonial
Local onde é hoje a Estrada do feijão
Fonte: http://vanderuneb2011.blogspot.com.br/